segunda-feira, 12 de abril de 2021

Punição física não ensina!

 


A punição física severa pode levar a vários transtornos comportamentais e minar a confiança da criança. Educar não é uma tarefa fácil. Muitos comportamentos dos adultos são fruto de um relacionamento complicado com seus pais na infância. Pode parecer que não, mas ser agressivo com uma criança pode abrir feridas profundas e difíceis de cicatrizar.

Na correria do dia a dia, é difícil conseguir manter a calma e a paciência em momentos de tensão, mas estudos mostram que o castigo físico não é a melhor opção. Segundo pesquisa realizada pelo National Center For Health Statistics, nos Estados Unidos, há 25 anos cerca de 80% dos pais puniam seus filhos fisicamente. Hoje, cerca de 67% deles usam a agressão física como punição. A queda nos números mostra que muitos pais estão tomando consciência, preferindo corrigir os comportamentos inadequados dos filhos com muito diálogo e acolhimento, mas ainda existe um longo caminho pela frente, pois muitas famílias continuam sendo agressivas com seus filhos.

Existem muitas formas de abuso, mas o físico, verbal ou emocional são os principais. Bater nas crianças com as próprias mãos ou com objetos ou força-las a fazerem determinada coisa, como se alimentar, lavar a boca ou as mãos, são exemplos de abusos físicos. Já os abusos verbais e emocionais podem parecer mais leves, mas também prejudicam a saúde mental das crianças. Ameaças, humilhações, menosprezo, gritos e sustos como punição também deixam seus rastros.

Segundo o estudo, crianças que sofreram abusos verbais antes dos 13 anos têm grandes chances de desenvolverem depressão e má conduta na adolescência. É importante ter em mente que agredir, independentemente da forma, é uma violação dos direitos humanos básicos das crianças, que pode causar danos emocionais sérios e permanentes.

A punição física pode até parecer ser a solução para os problemas imediatos, mas, na verdade, não ensina nem resolve o problema. A resolução é através do diálogo. A criança precisa saber o que está fazendo de errado, ela precisa de alguém que lhe dê a mão e ensine como deve agir. Mas quando a criança já sabe os motivos de seu comportamento ser inadequado, e mesmo assim o continua repetindo, a melhor saída é retirar dela um privilégio. Não deixar ver desenho ou não comer aquela guloseima. Nesses casos, a criança provavelmente se sentirá chateada, acolha o choro de seu filho, explique a situação e seja compreensivo. Afinal, essa criança só está aprendendo com você!

 

Eliane Duque - psicóloga