segunda-feira, 1 de fevereiro de 2021

A Pandemia e a infância


De um dia para o outro, escolas foram fechadas, o convívio com os amigos foi interrompido e a rotina mudou drasticamente, trazendo um novo mundo para todos, principalmente para os pequenos.

Segundo estudo realizado, Repercussões da Pandemia de COVID-19 no Desenvolvimento Infantil, produzido pelo comitê científico do Núcleo de Ciência Pela Infância (NCPI), o distanciamento social pode acentuar ou fazer surgir algumas dificuldades funcionais e comportamentais nas crianças. O levantamento mostra evidências neurocientíficas que comprovam que o cérebro das crianças de 0 a 6 anos está reagindo, neste contexto, da mesma maneira que reagiriam a conflitos e desastres naturais. Além do medo e do estresse, é possível observar irritabilidade, maior apego aos pais, agitação e até mesmo infantilização nas falas e comportamentos regressivos.

A irregularidade na rotina faz as crianças sentirem e reagirem, mesmo sem saber como lidar com isso. Tanto os pais, quanto as crianças precisam de suporte neste momento. Repensar um espaço seguro, dispensar tempo para as brincadeiras e o faz de conta, dar atenção aos sentimentos e acolher as emoções, são exemplos de iniciativas que facilitam a reorganização do mundo da criança.

Quando o adulto demonstra carinho e sensibilidade às manifestações das crianças, ainda que sejam as mais básicas como fome, sono ou irritabilidade, esse acolhimento ajuda a construir uma base segura, onde os pequenos se sentem aceitos e protegidos.

Conversar, escutar, cantar e dispor de tempo a comunicação, faz com que seja mais fácil para as crianças controlarem suas emoções em situação de estresse.

A partir de brincadeiras, as crianças são capazes de ganhar autonomia e estimular descobertas é fundamental para desenvolver habilidades cognitivas. Brincar é a forma que as crianças têm de organizar e dar sentido ao mundo, sendo uma das formas de desenvolvimento mais importantes.

 

Eliane Duque - psicóloga