Ficar sozinho nunca deveria causar medos. Ficar consigo mesmo chega a ser uma necessidade do ser humano. Marcar um encontro consigo para avaliar a vida, deixar os pensamentos fluírem, se diluírem, é importante para o bem-estar. Esse momento pode trazer paz e tranquilidade, sem ansiedade ou provações.
Algumas pessoas se sentem
ansiosas ao se verem sozinhas, mas está tudo bem estar com você. Observe-se, perceba
o que te rodeia, conecte-se, respire e relaxe!
A ideia não é se isolar do
mundo. A solidão que falo é a que não precisa estar sempre acompanhado. Somente quando estamos verdadeiramente sozinhos, temos
o enfrentamento necessário para conhecer as mais complexas verdades escondidas
dentro de sentimentos presos a nossa maneira de viver a vida. Estar sozinho
parece ser difícil, mas é nesse momento que descobrimos quem somos de verdade,
escutando nossa própria voz e encarando a imagem de quem somos sem nos esconder
por traz de máscaras que criamos, geralmente para sobreviver ao que sociedade
julga ser certo ou errado. Descobrimos nossos desejos e anseios, e conseguimos
traçar de maneira mais coerente o que desejamos para nossa vida.
Estar sozinho
é aprender sobre si, é buscar respostas para diversas perguntas que temos feito
durante toda a vida. Mas estar sozinho é antes de tudo a principal essência da
vida. Só quando aprendermos a nos amar de verdade, seremos capazes de amar os
outros e então encontrar a felicidade verdadeira.
Acreditamos que estar sozinho é sinônimo de infelicidade, tristeza, não
realização da plenitude de nosso ser. Mas a qualidade do meu encontro com os
outros, depende da qualidade de encontro que tenho comigo mesmo. Enquanto estou
interagindo com outros, o meu ‘eu’ não se percebe, não se avalia nem se
questiona. Se eu espontaneamente não silenciar os barulhos externos e internos,
também não conseguirei ouvir o que trago no meu interior. Estar só é mergulhar em
um mundo de autodescobertas e autoconhecimentos, necessário para todos nós!
Eliane Duque - psicóloga