É muito comum acontecerem transtornos ansiosos na infância, mas os pais têm dificuldades para identificá-los e buscar auxílio. Depois do TDAH, a ansiedade é o transtorno comportamental que mais leva crianças aos consultórios de psicólogos. Cerca de 10% dos pequenos sofre de algum transtorno ansioso, e cinco em cada dez passarão por algum episódio depressivo por causa dela.
Crescer e adaptar-se ao mundo é realmente angustiante, o que pode
causar ansiedade. Os principais sintomas conhecidos
para o transtorno são: alterações de apetite, dificuldades para dormir, queda
no rendimento escolar, medos e preocupações excessivas, retraimento social,
oscilação de humor, irritabilidade ou apatia.
A ansiedade pode acabar evoluindo para um quadro
depressão. Estudos demonstram que a ansiedade infantil é um fator de risco
aumentado para o desenvolvimento de outros transtornos comportamentais na vida
adulta, por isso o diagnóstico e tratamento precoce podem evitar repercussões
negativas na vida da criança.
É importante ressaltar que medos, preocupações e
angústias podem ser considerados normais durante o desenvolvimento psíquico
infantil, porém, são considerados patológicos quando exagerados.
Superar as dificuldades pode ser possível utilizando
técnicas de relaxamento e respiração, trabalhando em conjunto com a criança. Mostrar
o caminho da paciência para as crianças é muito produtivo em um mundo onde não
precisam nem ao menos aguardar seu desenho favorito passar na televisão: podem
assisti-lo a qualquer hora, em qualquer lugar. É comum observarmos os pequenos utilizando
tablets e celulares em restaurantes, para que todos jantem em tranquilidade. As
soluções em um clique causam ansiedade, e não só nas crianças. Isso piora
quando os pais, para compensar a falta de tempo, satisfazem todas as vontades
da criança. Isso a faz crer que o mundo é um lugar adaptado aos seus desejos, e
isso, cedo ou tarde, traz sofrimento. Constatar que o planeta não gira ao redor
delas nem sempre é fácil.
Ensinar a paciência é o melhor caminho, envolvendo-os
nas situações, explicando a necessidade da espera e ensinando brincadeiras que não
incluam tecnologia. Quando as crianças compreendem que para tudo na vida existe
um processo, elas tornam-se mais felizes e pacientes. Aprender a ter paciência
é fundamental no processo de cura da ansiedade.
Eliane Duque - psicóloga
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