sábado, 8 de maio de 2021

Ansiedade infantil: quando buscar auxílio?

 


É muito comum acontecerem transtornos ansiosos na infância, mas os pais têm dificuldades para identificá-los e buscar auxílio. Depois do TDAH, a ansiedade é o transtorno comportamental que mais leva crianças aos consultórios de psicólogos. Cerca de 10% dos pequenos sofre de algum transtorno ansioso, e cinco em cada dez passarão por algum episódio depressivo por causa dela.

Crescer e adaptar-se ao mundo é realmente angustiante, o que pode causar ansiedade. Os principais sintomas conhecidos para o transtorno são: alterações de apetite, dificuldades para dormir, queda no rendimento escolar, medos e preocupações excessivas, retraimento social, oscilação de humor, irritabilidade ou apatia.

A ansiedade pode acabar evoluindo para um quadro depressão. Estudos demonstram que a ansiedade infantil é um fator de risco aumentado para o desenvolvimento de outros transtornos comportamentais na vida adulta, por isso o diagnóstico e tratamento precoce podem evitar repercussões negativas na vida da criança.

É importante ressaltar que medos, preocupações e angústias podem ser considerados normais durante o desenvolvimento psíquico infantil, porém, são considerados patológicos quando exagerados.

Superar as dificuldades pode ser possível utilizando técnicas de relaxamento e respiração, trabalhando em conjunto com a criança. Mostrar o caminho da paciência para as crianças é muito produtivo em um mundo onde não precisam nem ao menos aguardar seu desenho favorito passar na televisão: podem assisti-lo a qualquer hora, em qualquer lugar. É comum observarmos os pequenos utilizando tablets e celulares em restaurantes, para que todos jantem em tranquilidade. As soluções em um clique causam ansiedade, e não só nas crianças. Isso piora quando os pais, para compensar a falta de tempo, satisfazem todas as vontades da criança. Isso a faz crer que o mundo é um lugar adaptado aos seus desejos, e isso, cedo ou tarde, traz sofrimento. Constatar que o planeta não gira ao redor delas nem sempre é fácil.

Ensinar a paciência é o melhor caminho, envolvendo-os nas situações, explicando a necessidade da espera e ensinando brincadeiras que não incluam tecnologia. Quando as crianças compreendem que para tudo na vida existe um processo, elas tornam-se mais felizes e pacientes. Aprender a ter paciência é fundamental no processo de cura da ansiedade.

 

Eliane Duque - psicóloga

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