quarta-feira, 28 de julho de 2021

O que é TDAH?

 


O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é um transtorno neurobiológico, de causas genéticas, que aparece na infância, com sintomas como desatenção, inquietude e impulsividade, mas que possui 18 sintomas divididos em 3 grupos: 9 relacionados à desatenção, 6 à hiperatividade e 3 à impulsividade.

Durante a infância, o TDAH se manifesta através de dificuldades na escola e no relacionamento com os colegas, pais e professores, hiperatividade, impulsividade e desatenção. Na adolescência, o transtorno pode ser caracterizado por dificuldades em lidar com regras e limites. Já na vida adulta, surgem problemas como desatenção, falta de memória, impulsividade, abuso de drogas, álcool, ansiedade e depressão.

O diagnóstico do transtorno de déficit de atenção e hiperatividade é bastante complexo e clínico, com foco na observação e relato dos sintomas pelo paciente e responsáveis. Para ser considerado com transtorno, é necessário que se faça presente, no mínimo, 6 sintomas de desatenção ou hiperatividade-impulsividade em crianças e 5 em adultos. É normal pessoas saudáveis apresentarem alguns sintomas do TDAH, mas se eles forem muitos e trouxerem prejuízos funcionais nos relacionamentos interpessoais, na educação e na vida, aí sim torna-se necessário buscar ajuda de um profissional.

O tratamento do TDAH é feito através de uma equipe multidisciplinar com psiquiatra, psicólogo, pedagogo e os pais da criança. As intervenções psicoterápicas que mais apresentaram eficácia em curto espaço de tempo foram as cognitivo-comportamentais, que buscam entender a forma como o ser humano interpreta os acontecimentos e como aquilo o afeta, e não apenas os acontecimentos em si. Mas a psicanálise é uma grande aliada no tratamento de TDHA em longo prazo. Busque sempre ajuda profissional para tirar todas as suas dúvidas sobre o transtorno que é tema de debates e dúvidas em todo o mundo.

 

Eliane Duque – psicóloga e psicanalista

quarta-feira, 21 de julho de 2021

Redes sociais e saúde mental

 


Ao abrir os olhos pela manhã, qual é sua primeira ação? Muitas pessoas vão diretamente olhar as redes sociais para checarem as notificações da madrugada. Você anda dedicando boa parte do seu dia às redes sociais? Na ânsia de buscar informações sobre o mundo e as pessoas, você atrasa outros objetivos por causa das redes? Ou para você servem apenas como passatempo?

O grande volume de conteúdo gerado nas redes sociais faz com que os usuários se sintam cobrados a estarem sempre conectados e informados sobre tudo. A sobrecarga de informações e a obrigação de estar por dentro de tudo que se passa pode gerar desgaste emocional. Um estudo realizado pela instituição de saúde pública do Reino Unido, Royal Society for Public Health (RSPH), em parceria com o Movimento de Saúde Jovem, destacou que pelo menos um a cada seis jovens terá episódios de transtorno de ansiedade em algum momento de suas vidas. Além disso, as taxas de ansiedade e sintomas de depressão apresentaram aumento de 70% entre o público jovem nos últimos 25 anos. O estudo também revelou que passar muito tempo conectado pode trazer problemas como distúrbio do sono e arritmia.

 

Quais são os impactos das redes sociais na saúde mental?

As redes sociais trazem a falsa impressão de que a vida de todo mundo é fantástica, menos a sua. As notícias negativas e os comentários desagradáveis também são prejudiciais, pois o cérebro é incapaz de digerir todas as informações recebidas durante o dia. Na verdade, o excesso de interações virtuais pode aumentar a sensação de solidão, levando ao isolamento social, já que você pode se sentir mais amado em comunidades virtuais.

Enquanto você observa a vida dos outros, acredita estar perdendo vivências importantes ou não estar aproveitando a vida. Essa sensação desagradável, aliada à pressão para viver intensamente, é propícia para o surgimento da depressão. As redes podem colocar uma pressão enorme para se profissionalizar, ganhar dinheiro, realizar sonhos e se tornar a melhor pessoa do mundo, te forçando a buscar a perfeição. Essa busca sempre acarreta em sofrimento, pois é impossível ser perfeito. 

Mas nem só de aspectos negativos são feitas as redes sociais. Pessoas se ajudam mutuamente, realizam ações para doações de alimentos ou grandes movimentos em prol de fazer o bem ao próximo, que acabam trazendo aspectos positivos para a vida das pessoas. Empresas também as utilizam para estarem mais próximas de seus clientes, o que talvez não seria possível sem elas. Como em tudo na vida, deve-se existir um equilíbrio, nada que é demais é saudável.

 

Eliane Duque -  psicóloga e psicanalista